sábado, 26 de junho de 2010

Ensaio do Meio








Pleno? – O que nasce de um ovo
nas pétalas, adereços de crisálidas.
O quarto ciclo, que não consigo,
nesse relógio o é –

Plenos são os favos de vinho e
dizê-lo, dividir o Sol em ecos de dias,
videiras em outonos, seria pleno.

Que há nexo ou audácia na boca:
uns acordes egressos dos canários
em grilhões plenos, deveras.

O desígnio equinocial do milho,
nacos de algodão, nimbos de verão...
Que o que se completa em si é pleno de si:

meio-dia, meia-noite, meia-lua,
meio-fio, meia-água, meia-nau,
meia-hora, meio instante –
pouco e meio – em pleno meio
passo de exceder-se plenamente.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Aguaceiro








Depois que essa
lágrima lavrar a dor;
os crisântemos.





sexta-feira, 11 de junho de 2010

Prioridades









Primeiro: um dia inteiro a fazer,
que do cimento, dos segredos;
andaimes de teias indulgentes,
trescale a respiração dos dedos.

- Amiúde, um vôo fora do vestido -
Encostar-me às pedras comovidas;
astros clandestinos destronados,
ateados dos mil tons de violeta.

Segundo: tão somente a tua índole,
de água e infinito, de antes do sol,
dos sucos do trigo, me dar a beber.

Terceiro: buscar o verso que se bole
no vento - crescente sopro, dó ao dó -
Depois, eu precisarei envelhecer.



 
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