sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Macho e Femen









Um machista é aquele que não se incomoda em ver peito quando a proposta é sexual e ele tenha em mente que os mesmos lhe pertençam, mas assim, em público, muito público, peito choca até durante a amamentação. Amamentar não deveria ser ato tão doce depois que se adolesce. Contudo, as mulheres que amamentam em público deveriam estar protegidas desses mal estares e falsos pudores alheios. Afinal, peito é um órgão sexual ou, primordialmente, de nutrição? Quando o homem (sexo) conseguir definir isto movimentos como o Femen não serão mais necessários, porque as mulheres já o sabem.

Quanto a autodenominação do grupo feminista, “As Vadias”, não é a si que denigrem, mas a condição psicossocial, independentemente de fama e riqueza, ou do degredo aos quais as mulheres são reduzidas ideologicamente por ser a monogamia na espécie humana apenas atingível através de esforço civilizatório e não sem algum altruísmo. Contudo, se a sociedade fosse realmente esforçada Sigmund Freud não teria necessitado explicar nada, sobretudo, ele mesmo.

Diferimos muito dos muçulmanos, por exemplo, nas concepções acerca de sexo comportamental, mas não nas finalidades. Usualmente, nas terras do culto ao Profeta, burcas e véus são impostos para proteger as mulheres dos desejos masculinos, e através delas os machos da espécie se protegem uns dos outros. A mutilação genital de mulheres, tradição cultural hedionda, sequer está prevista no Corão, mas as mutilando, as sociedades muçulmanas purgam seus próprios pecados carnais, como a cortar o mal pela raiz (no projeto de árvore das outras). Ocidentalmente, diz o mito, Eva mordeu o fruto proibido e o ofereceu para Adão que, convenhamos, não declinou de degustar da mesma tentação, e toda a humanidade adâmica continua ocultando seus pecados capitais na transferência simbólica da culpa às fêmeas, no igual sentido de preservar os machos da espécie deles mesmos. Impressiona muito que a humanidade ainda se sinta alarmada em seus desejos sexuais, não obstante toda a racionalidade científica e divinal, por... Peitos.

Todavia, haverá mérito nisto tudo. A tecnologia afirma que em 2029 um mega computador pensará como um ser humano. A profecia de George Orwell em sua obra 1984 sobre o pensamento único e uma única nação totalitária corre risco de não se cumprir pelo simples fato de não ter para quem se cumprir. Na falta de pensamentos próprios, que fujam a regra do consumo e do sexo, do âmbito circular, por conseguinte redundante, das redes sociais, parâmetros atuais, o ser humano poderá recorrer à máquina e seus infinitos bytes de informações confrontáveis que produzirão outra quantidade infinita de informações, ao mesmo tempo em que a massa cerebral, muito provavelmente, na atrofia do desuso, volte às dimensões da de um chimpanzé como efeito da causa humana.

Ufa! Mas que alívio essa qualidade estritamente homocêntrica de negar sentimentos quando são próprios, e, se consequentes, aplacados em beneméritas indulgências teístas e clínico-analistas da psiquê: a inveja, a preguiça, a soberba, a luxúria, a ira, a gula, e a avareza, sentimentos não simuláveis, dado as combinações infinitas de gatilhos que os deflagram. E não sendo seres hormonais, os andróides derivados dos mega computadores dispensarão as compreensões anatômicas sexuais ao se multiplicarem, pois tal dimorfismo será obsoleto, após trinta e oito bilhões de anos, e mais alguns evoluídos (desdobrados).

As contaminações neuro-hormonais dos andróides seriam improváveis. Eles não morrerão pelas próprias mãos ao se esvaziarem das paixões que impulsionam os seres não-mais-pensantes remanescentes, nem se afastarão caridosamente do grupo ao modo espiritual evoluído das baleias, também mamíferos, que o fazem instintivamente, para não se converterem em fardo aos demais do grupo, do contrário, haveria impedimento da progressão pela sobrevivência. Em contrapartida, não haverá pressões emocionais pelo cumprimento do Decálogo de Moisés. Nenhum andróide será morto pelas paixões. Não haverá deserto de alma para o qual a honra seja qualidade imperiosa, e ela deixará de existir. Assim como os ídolos e mitos de personificação de massas. A mentira será substituída pela lógica, substrato da verdade. A raça cibernético-humana terá atingido o auge. E tão perfeita, não temerá a Deus nem a si, então Ele poderá dizer, um dia a mais, um dia a menos:

- Crescei e multiplicai em silício e sem receio. No amor da assexualidade ancestral que vos dei.

Possivelmente, Deus chamará de Prometeu do Bosón de Higgs o último ancestral comum a Ele. A Terra poderá ser infinita enquanto segue às chamas do Sol e à plenitude do Caos, sem peitos que a importune, após a reverberação das trombetas apocalípticas.





Dedicado ao meu mais querido e instigante machista distraído.







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