Desejo o amor
das árvores por suas folhas
-no outono-
o desprender bem leve, leve
que as pouse na terra como filhas.
O que não supus, o amor releve
a chuva invernada
acrescida na seiva da raiz.
Quero assim
ao menor vento, por um triz
esse amor, e generoso
em cada toda vez
como festa, com razão, talvez.
Que as mortes que o tempo fez
em pressentimentos de ser feliz
só carregaram de mim
aquilo eu nunca fui, tive, quis.