
Vou-me.
Levando-te,
pirilampo dentre arestas das ausências dos dias.
Sob as sombras das minhas mãos em teus ombros,
toca-me a aragem,
vergando coqueiros.
unindo-os em distâncias,
pelo meio inebriado de sereno.
Palmo a palmo,
verdejante carícia.
Olhos vermelhos nas copas,
no tronco,
marcas de uma aflição de crescer.
E furiosas raízes.
Durmo entre frestas da geografia
a arder e umedecer o cume do sono.
Tua diminuta luz inundando vales
e passagens de não se andar.
Noite intermitente,
aquietando a ânima do sim no corpo do não.
Esgueiro-me por poços,
onde afogo a ousadia,
que tuas asas e jeitos vêm buscar.
Como sejam teus,
meus dedos tecem buracos na utopia
de que entre a noite e o dia,
ressoe,
menino,
eco inofensivo do não acorde da canção de despertar.
Dedicado a H.F.R.