nos olhos que me destes de olhar acima
para o lugar que convém à partida
Tendo ficado, contudo
Satisfaz o telhado de estrelas ao meu escuro
Pois não te sei
se somente adormeço, não sei, Senhor
Nada de onisciência sei
Minha culpa é que respiro
Te faz parecer homem
Apenas, sei que Teus pecados são os meus
Hoje elas não vieram
Escuta como são bondosas essas Tuas aves
recolhem-se por uma partícula perdida a sós
Não queria ser a harpa
intervalo de dedos e braços
onde eu te pertença do cerne à raiz
Calou-se, tal segredo, na foz
nenhuma gota se mexeu
Nada fecundou que conhecesse o seu destino
é por isto que hás de ser como se fosses preciso
Basta-me uma lauda
em tanta lonjura de ti
para dizeres que És
Apaziguados nesse ato
de Ti para comigo
então serei, serás feliz.
Foto: Reinaldo Lopes Moreira