A coisa
é assim
do índigo
ao carmim
Magenta
se inventa
O morto
se ausenta
O santo
se isenta
e a quem
se arrebenta
também o cinzenta
Tudo é
pelo menos
pleno
Nada é
pelo pleno
menos
Sei o que digo
Relógio de pulso
expulsando
as horas do ano
parece comigo
Toma da vara
menina
Nem todo castigo
é sina
E pesca pétala
e gralha
pois nem todo fim
veste mortalha
como nem todo norte
traz sorte
Toma do chão
escreve as estrelas
para se guiar
que nem toda fuga
é abrigo
Há que testar
E o que escapa
ao que lhe digo
não está aqui
nem acolá
encontrado
é preciso
paciência
para pintar.
Pintura de Patrice Murciano