
Esperei que me aportasse como quem parte já,
Segredo azul de alvorada tranqüila.
Tramando perder-me à beira de te achar,
Reviraste em meus seios, língua feito quilha,
Outras águas além da arrebentação do mar.
Irradiados, abandonados de pretextos,
Meu e teu anseio, como grito, ou do vento o assovio,
Predisseram ilusões, areia do tempo breve de resto.
Onde nada sussurrou o vento, estava o que silencio,
Saudade liberta entregando-se sem protesto,
Sem que me farte o alimento, ou se me negue à poesia.
Indaguei do mar se teria tua alma em retorno a minha mente.
Vagas abertas, cheiro de homem e mulher e maresia,
Existindo nuns momentos, em que tudo, de repente,
Levasse aquele sol que a fatalidade nos mentia.