
Olho d’àgua olha a lua
triste porque não a tem
derretida em mel de flores
dos engenhos e quintais.
Muito cedo amanhece
olho d’àgua olha a estrada
e por ela ninguém vem
vem portões e arredores
alicerces e varais.
Como a amada não chegasse
olho d’àgua olhou a brisa
e a ela quis também
mas ela foi-se embora
trocou vento em temporais
Quando o sol desaparece
olho d’àgua olha a noite
se deitando com ninguém
Dormirá suas esperas
igual ele sempre faz.