quinta-feira, 8 de maio de 2008

Desejo Em Soneto



Se me chegasses sempre à noitinha
com as horas do dia envoltas em laços,
quando a sombra no Éter caminha,
e se eu perdesse teu corpo em meus braços?

Ao enlevar-me em vontade tão minha
de tua pele e do teu cansaço,
meu riso desfeito no embaraço,
no teu anseio, no prazer que nos vinha,

vagaria serena, qual semente ao vento.
Mil luzes vidrando-me em teus olhos,
gravando a imagem que a noite não trai,

como se tudo no desejo desatento
corresse por fora, em minutos imóveis,
na fenda carmim que contrai.
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