Se me chegasses sempre à noitinha
com as horas do dia envoltas em laços,
quando a sombra no Éter caminha,
e se eu perdesse teu corpo em meus braços?
Ao enlevar-me em vontade tão minha
de tua pele e do teu cansaço,
meu riso desfeito no embaraço,
no teu anseio, no prazer que nos vinha,
vagaria serena, qual semente ao vento.
Mil luzes vidrando-me em teus olhos,
gravando a imagem que a noite não trai,
como se tudo no desejo desatento
corresse por fora, em minutos imóveis,
na fenda carmim que contrai.