domingo, 4 de maio de 2008

Sons



Na partitura,
a tarde invadiria o dia
trazendo garças que pastariam
sobre um espelho de águas azuis
e uma brisa melancólica
viria de longe com a sombra.

Tantas tardes,
muitas garças,
outros sons.

O vento viajaria deixando
o odor da noite,
vestida de dourado e depois,
azul intenso,
cravejando de infinitos brilhos
e assim ornada,
deitaria sobre o mar e lhe ouviria
os murmúrios,
sem nada dizer.

Tantas noites,
muitos brilhos,
outros sons.

O mar agitar-se-ia
em ondas de ansiedade
no império da lua simplória,
Sol de amantes notívagos,
lanterna de afagos errantes,
testemunha de todos os sussurros.

Tanto mar,
muitos afagos,
outros sons.

E a manhã,
fresca e branca em seu inverno,
vasculharia a terra,
o asfalto,
o concreto,
as vidas despertas,
envoltas em ruídos tão seus.

Tanto inverno,
tantas vidas,
outros sons.
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